Onde pára a intenção de voto? Em que ponto convergem os estudos de opinião? Para que não se perca no ruído mediático, a Renascença reúne todos os inquéritos de opinião políticos realizados em Portugal. Juntamos as peças para completar a grande fotografia do previsível resultado das próximas eleições legislativas, onde os pequenos partidos podem decidir a vitória de um dos dois grandes. Acompanhe aqui a tendência da intenção de voto dos portugueses.
A sondar as sondagens...
O nosso modelo prevê a seguinte distribuição de votos no hemiciclo
Prevemos a seguinte variação da intenção de voto
Para calcular os valores estimados pelo agregador de sondagens, a Renascença recorreu, com o apoio do investigador e professor da escola de Economia e Gestão da Universidade do Minho, Luís Aguiar-Conraria, ao método adoptado pelo projecto POPSTAR (Public Opinion and Sentiment Tracking, Analysis, and Research), coordenado por Pedro Magalhães.
Este modelo combina dados que são considerados um sinal, com ruído, das intenções de voto em cada momento — os valores das sondagens —, num único valor, que é a estimativa resultante do exercício. O algoritmo aplicado procura filtrar o ruído estatístico adjacente a cada sondagem, de forma a alcançar uma estimativa, mais exata, do valor real da intenção de voto e da variabilidade que apresenta ao longo do tempo.
Foi utilizado o Filtro de Kalman que, na prática, “é uma forma ótima de juntar as sondagens”. Este filtro ajuda-nos “a encontrar um ponto intermédio, em que para cada partido tentamos perceber, quando há uma nova sondagem, o que é que na nova sondagem se deverá a um possível erro amostral e o que é que poderá ser resultado de uma verdadeira alteração da opinião pública”, como explica Luís Aguiar-Conraria, em entrevista à Renascença.
A identificação de uma tendência, através das sondagens publicadas, tem por base uma ponderação do peso de cada projeção, que considera, por um lado, o total de cada amostra e, por outro, o período em que decorreu o trabalho de campo, isto é, a data dos inquéritos de opinião.
Para cada dia é gerada uma estimativa do valor real e as respetivas margens de erro, representadas no gráfico pela mancha colorida sobre a linha de cada partido. Sempre que não houver uma nova sondagem, a estimativa mantém-se, mas o intervalo de confiança alargar-se-á, refletindo a incerteza inerente ao facto de os eleitores poderem ter mudado de opinião desde a sondagem anterior.
Com o acréscimo de três novos partidos - Iniciativa Liberal, Livre e Chega - surgiu a dificuldade de lidar com votações muito baixas. Foi aplicada exatamente a mesma metodologia para todos os partidos, mas devido ao baixo valor destas intenções de voto, as margens de erro facilmente atingem valores negativos. Uma vez que é impossível obter votações negativas, foi imposto um limite fixado no zero, para os casos em que tal se verificou.
Em alternativa, poder-se-ia ter considerado distribuições exactas que evitassem valores negativos. Mas os ganhos seriam tão limitados, que a se decidiu seguir a prática comum, e mais fácil, de truncar os intervalos de confiança no valor zero.
Outro problema que poderá surgir é a estimativa de voto num destes partidos ser tão baixa que a casa de sondagens não a reporta, incluindo-a no item de Outros/Brancos/Nulos. Quando isso acontecer, consideraremos, simplesmente, que relativamente a esse partido não existe nova informação, pelo que não haverá mudanças estimativa que fazemos da sua intenção de voto.
O valor que apresentamos em cada dia não ambiciona antever o resultado final da eleição de 30 de Janeiro de 2022. O objetivo é sumariar da forma mais informativa e correta possível as informações fornecidas por todas as sondagens realizadas até ao momento. Como as sondagens pretendem medir intenções de voto, o valor que apresentamos é uma estimativa dessa intenção de voto em cada dia. Se essas intenções de voto se concretizam ou não, só no dia 30 saberemos.
Para o levantamento dos valores das sondagens no intervalo de tempo analisado, a Renascença recorreu ao Portal das Sondagens da ERC ou, quando ainda aí não disponíveis, aos resultados divulgados pela imprensa.
Como as diferentes casas de sondagens aplicam diferentes métodos, procuramos uniformizar ao máximo estes valores. Por exemplo, quando a sondagem não procedia à distribuição de indecisos, a Renascença distribuiu-os proporcionalmente pelas opções válidas.
Para a data indicativa das sondagens são consideradas as datas medianas do trabalho de campo. No caso de períodos cuja soma de dias resulta em número par, optamos por selecionar a data mais próxima do início da recolha, com exceção dos casos em que a mesma data esteja já ocupada por outra sondagem
Estas são as sondagens tidas em conta até ao momento:
Data | Origem | Amostra |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
![]() |
---|
Análise de dados e desenvolvimento
Rui Barros
Análise de dados
Joana Gonçalves
Design Gráfico
Rodrigo Machado
Desenvolvimento
João Antunes
Metodologia
Luís Aguiar-Conraria, com Popstar
Coordenação editorial
Maria João Cunha
Agradecimentos
João Vaz, Basílio Gonçalves
Direção de Informação © Renascença